Transformações são assim, por mais que se tente precisar o momento em que uma coisa se torna outra, há um intervalo que fica oculto. É neste momento que algo some e algo surge.
Foi assim comigo, eu mudei e algo que era meu se perdeu no limiar da dor.
A alma, como tudo, se adapta.
O que sou hoje é o resultado de uma cadeia de fatos dos quais me lembro muito bem.
Da transformação nada lembro.
Lembro-me dos fatos de forma insípida e incolor, crua.
Não sinto nada. Não consigo sentir, não consigo falar sobre sentimentos.
Acharei, um dia, a lógica de tudo e saberei, então, porque sangra essa alma imatura.
Até lá, continuarei andando de lugar em lugar, colecionando pôres-do-sol.
Um comentário:
Ora...toda alma que sangra está viva. E, portanto, prestes a voltar a sentir.
É que a alma é indizível...sente, pressente e se ressente de coisas que a mente não consegue traduzir. Talvez, só depois de um tempo.
A coragem de mudar, mesmo correndo o risco de perder também é um sinal de que a alma está desperta.
Acho que a alma é auto-colante rs. Enquanto se despedaça de um lado, quando menos se espera volta a enxergar com uma nitidez assustadora. É neste intervalo oculto que ela existe.
Entendi tudinho neste post. Beijos, querido.
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