quarta-feira, setembro 22, 2004

Estrada, coração e alma.

Quando o coração perde o rumo, o corpo fica perdido, vagando pelo mundo, pousando de lugar em lugar, transportando uma alma inconsciente, sem vida, sem alma.
Quando se perde a razão do amor, a vida se torna incômoda e estranha demais.
Mas é a vida empurrando para frente, é a alma querendo renascer, é o corpo correndo feito louco, é o coração sufocado, querendo oxigênio.
A alma, passageira do corpo, precisa de distração, quer lugares novos, quer provar o gosto da vida bem longe das paredes que já viram tanto choro e tanta solidão.

Faço as malas todos os dias, e cada dia escolho algo em mim para levar e para deixar.
Planejo, cada dia, a hora de rasgar os planos e tomar o rumo, as encruzilhadas em que permitirei hesitar e o caminho que pretendo inovar.
Se aqui o coração se oprime, melhor curá-lo bem longe, para evitar que o sonho se dissolva e que se desacredite no amor.
Não, o amor não, o amor não pode morrer. Ele precisa de irrealidade e sonho, poesia e música, não de dor.
É melhor fugir então,é melhor que as lágrimas caiam na poeira,para que fiquem sempre para trás, é melhor que o pensamento, assim distante, ganhe novas formas.
No fim do caminho, pode ser que esteja o meu sorriso.
Portanto, peço ao tempo que passe bem depressa, pois a estrada tem pressa de mim e eu a quero.
Já vou!