sábado, junho 19, 2004

Trovão abafado, coração humano.

Lá vou eu, em busca paz.
As montanhas me convidam para longe da cidade.
Há barulho ainda, muito distante e, por isso mesmo, assustador. É a cidade com seu trovoar abafado, algo como uma colméia gigante ou uma enorme máquina escavando à distância, um barulho constante e estático. Uma colônia que se esparrama lenta e ameaçadoramente.
Ouvindo aquilo em meio à paz das montanhas percebi o medo que natureza deve sentir com nossa presença.
Somos praga.
Dou mais um gole na garrafa de plástico, viro as costas e sigo adiante...
Se projetassem o tempo em alta velocidade, talvez sobre meus rastros, num futuro próximo, haverá asfalto, postes, casas, carros passando.
Estranho, mesmo sabendo disso, não consigo parar de andar.

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