terça-feira, setembro 09, 2003

Coisas de lua

Quem viu a lua?
Saí da sala porque a lua estava a meu lado, no céu das montanhas, insistindo em ser bonita, teimando em seduzir meus olhos e escravizar meus pensamentos.
Lua doida e linda, bola branca chapada e viva no céu.
Não tenho mais dúvidas, a lua é fêmea. Talvez a fêmea mãe, talvez a matriz de todo o paradoxo humano, Lua-vênus, Deusa da beleza e da paixão. Bem e mal em conflito, lua mulher que troca de roupa, vai embora, sorri e seduz.

Lua cheia, no meu sertão, faz da noite um dia. Bom pra caçar, bom para amar. Os pescadores do cais da Bahia, a Bahia de Jorge Amado, amavam na proa dos saveiros nas noites de lua cheia. Suas mulheres, sedentas de amor, provocadas pela lua-Iemanjá, sonhavam amar seus homens nas proas dos barcos em noites de lua cheia. Porque sua luz ilumina e oculta, mostra e esconde e assim faz jogo da paixão, dúbio, secreto, misterioso, instintivo. E é isso que a lua faz, é isso que a lua é.

Quem não sente a lua? quem não percebe a lua? quem nunca quis sorrir igual criança, uivar, quem nunca quis amar...

Lua, lua, lua, seu brilho em meus olhos desliza, seu nome em meus lábios flutua...

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